2 Horas/5kms

Nível Fácil

Estamos em Porto de Muge uma aldeia das terras do Cartaxo, uma região conhecida pelos seus vinhos. Nesta Caminhada vamos propor-lhe um curto trajecto que finaliza numa degustação de vinhos locais(*). Ao longo da caminhada, visitará esta pitoresca aldeia onde a Marchanta está inserida, durante a qual vai poder observar o rio Tejo, elemento geológico incontornável, visitar uma ponte centenária que o transpõe, tomar uma bebida junto com os habitantes locais e provar um vinho numa adega local. Durante este trajecto, irá caminhar sobre um dique milenar originalmente construído pelos Árabes e que hoje constitui um autêntico miradouro contíguo ao rio.

* Para a Degustação de vinhos precisará de contactar previamente a adega:

Casal do Conde
Rua do Sabugueiro – Porto de Muge
(+351) 243 789 255
info@sacasaldoconde.com

Esta proposta inclui visita ao património local.

O percurso que vamos fazer é uma caminhada ao longo da aldeia que se desenvolveu paralela ao rio. Vamos culminar no bairro do Rossio, onde a povoação começou e onde esta tomou o seu nome, devido ao porto fluvial e à barca que permitia cruzar o rio para chegar à povoação de Muge na margem oposta.
Deixe a Quinta da Marchanta pela saída do lado do rio e siga na direcção noroeste virando à esquerda. Após a Quinta da Marchanta, o paredão do dique tem um coberto vegetal. Neste ponto, deve seguir pela estreita rua de alcatrão.
À sua esquerda, encontra-se um antigo convento de freiras fundado em 1832. Infelizmente não se pode visitar. Siga em frente.

Siga em frente com o dique do seu lado direito. Adiante encontrará o bairro do Morgado, formado pela comunidade de trabalhadores que outrora emprestava o seu labor a uma quinta do mesmo nome. A maioria dos bairros nesta aldeia formou-se a partir desta lógica.
Quando chegar ao início do bairro, mesmo antes do dique voltar a estar coberto de pedra, encontrará uma rampa pedonal. Suba pela rampa até ao topo do dique para observar a paisagem. O caminho será por cima desta construção milenar.

Avance uns metros até depois da primeira casa. Do lado direito, encontra uma escala hidrometrica datada de 1877, utilizada até recentemente para comunicar os níveis das águas do rio Tejo. O convívio com o rio é uma forte componente da vida nestas paragens. Por um lado é essencial para esta comunidade que se fez de pescadores, barqueiros e agricultores, por outro em anos chuvosos sobe a níveis indesejáveis. A rede de diques, sempre serviu para defender a comunidade nesses anos críticos. Vamos seguir em frente.

Avance pelo bairro por cima do dique. Ao longo deste bairro, pisará as mesmas pedras que a escritora Maria da Graça Freire, importante figura da literatura do séc. XX, e as mesmas que pisou o futebolista do Benfica, José Rosário, fulcral na primeira conquista internacional do clube. No ponto onde o dique faz uma depressão junto da casa azul, ficava em tempos do lado direito, um porto flúvial a partir do qual se expediam e chegavam mercadorias. Apos este ponto, prevalece a arquitectura vernacular do bairro dos “Avieros”, uma comunidade que deixou o mar para se dedicar à pesca no rio.
Continue em frente. A ponte começa a vislumbrar-se ao fundo.

Agora que está defronte para a lateral da ponte é altura de a visitar. Vire à esquerda atravessando a rua para poder chegar à escadaria que o leva até ao semáforo da ponte. Vire-se para a entrada da ponte. Aqui conseguirá vislumbrar o interior desta ponte ferroviária, que o próprio rei D. Carlos inaugurou em 1904, e à qual deu o nome da rainha D. Amélia.
No topo do arco de entrada desta, figurava nos ultimos tempos da monarquia, um brasão alusivo à mesma, que o povo destruiu por alturas da revolução Republicana em 1910. Hoje a ponte está afecta ao trânsito rodoviário, e a via central serve este trânsito, por isso siga pela passagem da direita que é afecta ao peões. Continue em frente mas agora a caminho do rio.

Esta ponte por onde agora caminha, foi construida ao estilo arquitectura do ferro. Ligava na época a rede ferroviária do norte do país com a do sul, sendo o ponto de travessia do rio Tejo mais a juzante. Com 800 metros de tabuleiro, era na época a ponte ibérica mais longa.
Caminhe em frente e vá descobrindo as paisagens que o rio vai revelando. Continue até sobrepor um ilhéu no rio, onde a vegetação cria o habitat para diversas aves ripícolas.
Contemple o tempo que quiser, até decidir regressar.

Regresse pelo mesmo caminho até voltar ao topo do dique. A partir daqui vá em frente, passando por debaixo da ponte aproveitando a paisagem que se revela a seguir. Irá chegar a um ponto em que o topo do dique volta a estar interrompido pelo coberto vegetal. Desça pelas escadas que o levam de volta à rua alcatrocada. Deverá seguir em frente até encontrar o próximo bairro. É no início deste bairro que encontra uma das cafetarias da aldeia, e onde pode tomar uma bebida, antes de retomar a caminhada.

Regresse ao caminho tomando a mesma direcção paralela ao dique. Aproveite para regressar ao topo do dique onde a paisagem é mais agradável. Nas ruas deste bairro, circulou em tempos a bicicleta do ciclista Ezequiel Lino, duas vezes vice-vencedor da volta a Portugal.
Está a chegar ao Rossio, o bairro original da aldeia, onde em tempos existia o porto fluvial. É o único bairro que fica desprotegido do lado do leito do rio em relação ao dique, e é sinal que estamos a chegar à Casal do Conde, para degustar um vinho. Desça pela rampa de pedra que encontra pela frente, contorne o muro da quinta para a esquerda e entre pelo portão principal.
Regresse depois para a Marchanta pelo mesmo caminho.